9° COLOCADO NO CONCURSO PÚBLICO CAU/GO | HABITAÇÃO SOCIAL GOIÂNIA/GO
* EXPOSIÇÃO DOS MELHORES PROJETOS DE HABITAÇÃO SOCIAL CAU/GO - VEJA AQUI E AQUI.
** PARTICIPAÇÃO NO GUIA IAB PARA AGENDA 2030 PARA PUBLICAÇÃO NO UIA (27th World Congress of Archtects)
*** LIVE CIRCUITOS URBANOS | ONU HABITAT | AGENDA 2030 | ODS 8 (11,5, 7) NO DIA 22/10/2020 - ASSISTA AQUI
| MEMORIAL
Local: Quadra QR61, localizada no setor cj. Vera Cruz, Goiânia, Goiás.
Ano: 2020
Área do terreno QR61: 7.933,30m²
Nº de lotes = 52 (10,30 m x 14,36 m)
Área dos jardins laterais = 237,30 m² (118,65 m² x 2)
Área lote tipo = 148 m²
Índice de permeabilidade mín. = 66%
Taxa de ocupação mín* = 35%
Taxa de ocupação máx.•• = 44%
Área construída mín. * = 50,76 m²
Área construída máx.** = 64,10 m²
Custo estimado do projeto tipo = R$ 44,800,00
Arquitetura: Maria Jocelei Steck
Equipe:
arq. Irianna Steck
estag. Ana Julia Ribeiro
* sem expansão
** com expansão
| COABITAR, PARTILHAR, GERAR RENDA, CAMINHAR
A quadra, em sua diversidade e possibilidades de usos como referência e elo transformador da cidade saudável para pessoas.
Dividida em 52 lotes de 10,30m x 14,36m (não murados), e duas praças públicas de 5m por 28,72m nos lotes laterais que dão para avenidas, para fruição pública, sempre respeitadas as leis municipais.
Alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) - ONU para promover vida digna para todas as pessoas, e baseados nos estudos feitos por Jan Gehl e Jane Jacobs para as cidades, optamos por dispor as 52 casas geminadas térreas, dispostas de 4 em 4, de maneira que com a soma dos recuos laterais dos lotes, estabeleçam-se o que denominamos de “quintais-ruas” compartilháveis, para fruição da vizinhança.
Dessa forma, criamos espaços antropodinâmicos, de socialização, trocas, brincadeiras, conversas - espaços flexíveis que dão acesso às “oficinas” laterais das casas, com oportunidade para geração de renda.
Assim, a quadra mantém-se sempre com fachadas ativas tanto frontais quanto laterais, que não se escondem atrás de muros, espaços vivos e seguros por estarem justamente sob o olhar constante dos moradores (Jane Jacobs).
Ao invés de implantarmos as casas com pequenos quintais em corredores murados laterais preferimos unir os espaços e compartilhar entre todos para propiciar socialização e não isolamento, em espaços de transição semi-privados.
A cozinha, fica sempre voltada para essa “mini rua-quintal” por ser um ambiente de grande permanência e de onde pode-se cuidar de idosos e crianças e observar o movimento através da janela/bancada, e ao mesmo tempo servir como espaço para gerar renda graças ao balcão com acesso externo.
Flexibilidade: A “casa tipo” que parte de 50,76 m2 é flexível e pode ter vários layouts, de acordo com as necessidades dos moradores, com as novas demandas e arranjos humanos, podendo ainda ser ampliada para 56,48m2 ou 58,38m2 ou 64,10m2.
Acessibilidade: optamos por fazer todas as plantas- tipo acessíveis e térreas, por entender que não apenas cadeirantes, surdos, cegos, mas idosos em geral, grávidas, acidentados, pessoas com salto alto, carrinhos de bebês, etc. necessitam de mobilidade e independência nos espaços.
Arquitetura bioclimática: Disposição de aberturas para ventilação cruzada, uso de cobogós e beirais para proteção de chuva, sombreamento e ventilação permanentes e arejamento (para se adequar ao clima da região), além de pergolados.
O pátio interno permanente permite ventilação e insolação e funciona como regulador da temperatura da casa. Arvores especificadas para esses pátios devem perder folhas no inverno para permitir a entrada do sol e aquecer os ambientes naturalmente e ter suas folhas abundantes no verão para sombrear os ambientes.
Sistema Construtivo: casas térreas em bloco de concreto estrutural (autoportante). Como vantagens desse método, elencamos: agilidade na construção, redução dos custos de produção, do desperdício na obra, facilidade de fornecimento dos materiais e familiaridade da mão de obra local. Dessa forma, o projeto contribui para o desenvolvimento social sustentável, reduzindo gastos de transporte e fortalecendo a economia local. Nos pátios passíveis de ampliação, deixamos assentadas as vigotas de apoio da laje pré-fabricada de saída como pérgolas para possível aumento previsto da área da casa a partir delas.
Fundação: Devido a análise da sondagem de reconhecimento do solo e a leveza da estrutura (casa térrea) optamos por fundação do tipo radiê (extremamente econômica).
Fachadas, vedações verticais internas e caixilhos: Fechamento em bloco de concreto ou gesso acartonado com demão de gesso e pintura impermeável e lavável e azulejo nas áreas molhadas. Caixilhos de alumínios tipo gold, com mecanismos para ventilação e portas internas de madeira. Fachada em bloco de concreto aparente pintado com tinta impermeável na cor branca.
Pisos externos: utilização de pisos permeáveis, pedriscos, grama e vegetação nativa.
Sistema hidrossanitário nas casas tipo: criamos um modulo central hidráulico onde concentramos as áreas molhadas e consequente sistema de esgoto, tubulações hidráulicas e sistema para reutilização de agua de chuva (cozinha, banheiro, cx. d’água, cisterna, chuveirão externo no teto) coincidindo com a casa geminada lateral, para maior economia na obra.
Cobertura: resistente ao fogo, com sistema de impermeabilização adequada, uso do teto verde para maior conforto térmico e acústico, além de ser espaço para lazer ao ser acessado por escada marinheiro, com possibilidade de deck e chuveirão no modulo hidráulico para plantação de hortas, agricultura urbana, etc.
Eficiência energética: coletores solares para aquecimento de água, painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica, sistema de captação de água de chuva (cisterna).
Criação de espaços saudáveis, conforto tátil, visual, contato com a natureza, além do conforto pelo contato humano propiciado pela oportunidade do encontro, devido a implantação da quadra em mini ruas internas-quintais compartilháveis e caminháveis. Espaços para pessoas.
Enfim, criação de espaços que possibilitam trocas, geração de renda, habitações sustentáveis, espaços sustentáveis, em todos as fases, na pratica da arquitetura, do planejamento, da implantação, da operação, do uso.
Conceito de Projeto replicável e adaptável a outras áreas e regiões urbanas respeitando-se sempre microclimas, materiais e experiências pessoais e locais de maneira sustentável e adequando-se sempre as novas demandas humanas e urbanas, respeitando sempre os micro-climas, o genius loci.
| MEMORIAL
Location: Block QR61, located on cj. Vera Cruz, Goiânia, Goiás.
Year: 2020
Area QR61 = 7.933,30m2
Allotments = 52 (10,30 m x 14,36 m)
Lateral gardens areas = 237,30 m2 (118,65 m2 x 2)
Model lot area = 148 m2
Minimum permeability index = 66%
Minimum occupancy rate * = 35%
Maximum occupancy rate•• = 44%
Minimum built area. * = 50,76 m2
Maximum built area.** = 64,10 m2
Estimated cost of the model project = R$ 44,800,00
Architect: Maria Jocelei Steck
Team:
Arch. Irianna Steck
Intern Ana Julia Ribeiro
* without expansion
** with expansion
TO COHABIT, TO SHARE, TO GENERATE INCOME, TO WALK
The block with all its diversity and possibilities of uses as a transforming bond to a healthy city for the people.
Divided into 52 lots of 10,30m x 14,36m and two public squares of 5m by 28,72m on the side lots by the avenue, for public fruition, always respecting the municipal laws.
Aligned to the goals of sustainability development (ODS)-ONU to promote worthy life for everyone, and based on the studies made by Jan Gehl and Jane Jacobs for the cities, we opted to display the 52 single-story sprouted houses, displayed in 4 by 4, in a way that the sum of the side indentations, establish with what we call “quintais-ruas” (backyard-streets) shareable, for the neighborhood fruition.
This way, we create antropodynamic spaces of socialization, sharing, playing, and for conversations – flexible spaces that give access to the “workshops” in those houses, with opportunity of income generation.
Thus, the square always maintain with active frontage. The frontals as well as the sideways, that don’t hide behind walls, create living spaces and are safe by just being under the constant watch of the residents. (Jane Jacobs)
Instead of implementing houses with small backyards surrounded with walls and isolated, we preferred to join the lateral spaces and share it with all to offer socialization and non-confinement, in transition semi-private spaces.
The kitchen, always facing this “mini street-backyard”, as being a long-term environment and where elderly and children could be taken cared of, and the street movement could be watched over, at the same time, it could be a space to generate income thanks to the balcony with external access.
Flexibility: The “standard model” that goes from 50,76m2, is flexible and can have several layouts, according to the necessities of the residents, with new demands and human arrangements, could be expanded to 56,48m2, or 58,38m2 or even 64,10m2.
Accessibility: We decided to make all the plans accessible and single stored to attend not only wheelchair users, deaf and blind people, elderly in general, pregnant women, injured people, people with high heels, strollers, etc. who need mobility and independence in those spaces.
Bio climatic Architecture: Openings to cross ventilation is available, use of “cobogós” (hollow brick wall) and eaves for rain protection, shading and permanent ventilation and aeration (to adapt to the region’s climate), along with pergola roof.
The inside courtyard permanently allows ventilation and isolation, and works as a house temperature regulator. Specified trees for these courtyards should shed leafs during the winter to allow the sun to illuminate and naturally warm up the environments, and with the abundant amount of leafs to provide shade during the summer.
Constructive System: Single-stored houses in concrete blocks (self-supporting). As advantages of this method, we list: agility in the construction, reduce of expenses of production and construction waste, easy material provision and familiarity of local labor. This way, the project contributes to the social and sustainable development, reducing transportation expenses and fortifying local economy.
External floors: Utilization on permeable floors, pebbles, grass and native vegetation.
Sanitary Hydro Systems at the standard model: We created a hydraulic central module where we concentrate the wet areas and consequent sewage system, hydraulic pipeline and rain water reuse system (kitchen, bathroom, water tank, reservoir, external shower on the ceiling) coinciding with the lateral germinated house, to reduce construction expenses.
Penthouse: Fireproof, with adequate impermeabilization system, usage of green roof for thermal and acoustic comfort, besides being a space for leisure as being accessed by the sailor ladder, with possibility of a deck and shower at the hydraulic module for planting of vegetable garden, urban agriculture, etc.
Energetic efficiency: Solar collectors for water heating, photo panel for electric energy generation, rain water capitation system (reservoir).
Healthy spaces creation, tactile comfort, nature contact, besides the comfort from the human contact provided by the opportunity of the encounter, due to the implantation of the shareable and walkable square in mini internal-backyard streets. Spaces for people.
Finally, the creation of spaces that allow sharing, income generation, healthy habitation, sustainable spaces, in all of its grounds, in the practice of architecture, planning, implantation, operation and usage.
Project concept that can be replied and adapted to other areas and urban regions, always respecting microclimates, materials and personal experiences and locals in a sustainable way, always adapting to the new human urban demands.